Cooperados colhem bons frutos com o PAS-Uva para processamento
A cada ano novas exigências veem sendo impostas pelo mercado e fazem com que o produtor rural, busque se qualificar através de cursos técnicos, projetos e programas oferecidos por instituições ligadas ao setor agrícola. Um desses programas é o Programa Alimento Seguro - PAS - Uva para Processamento, voltado para viticultores e empresas vinícolas. Seu principal foco é a gestão do controle de riscos e perigos que envolvem a produção e o processamento, atuando de forma preventiva para assegurar qualidade e segurança ao consumidor. O PAS-UVA vem se tornando uma importante ferramenta de mudança. Por aqui, já mudou à realidade de quase trinta famílias produtoras e de muitas outras da Serra Gaúcha.
Adepta do programa desde 2015, a Cooperativa Agroindustrial Pradense incentiva a participação de seus associados ao PAS-UVA, o qual é executado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) por meio de convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e em parceria com SEBRAE, SENAI e a Embrapa Uva e Vinho.
Além de oferecer a oportunidade de qualificação ao produtor, o cooperado que participa do curso do PAS-Uva, aprende sobre a aplicação correta dos agroquímicos e o manejo correto na atividade que envolver a produção de uvas e isso já vem sendo muito bem observado pelos produtores e passa a conhecer e interagir melhor com a sua propriedade.
Jandir Pastore, da localidade do Bôrgo Forte, formando da primeira turma de cooperados do PAS-UVA, desde 2016, mantém a certificação de qualidade do programa. “Através do PAS, implantamos processos que fazem a identificação, controle e gestão dos riscos para a segurança do produto final, a uva. Hoje entregamos um produto de qualidade para a cooperativa e também conquistamos uma melhor qualidade de vida. Obtivemos conhecimentos e isso conta muito na obtenção de resultados positivos,” destaca o produtor rural, que cultiva 6,5 hectares de uva.
Para o produtor rural Miguel Perosa da segunda turma do PAS, que conta com a certificação de qualidade desde dezembro de 2017, as mudanças já pode ser vistas e sentidas. “Tivemos mudanças físicas e de comportamento. Hoje registramos tudo, desde a quantidade de insumos ao custo de mão de obra. Acredito muito em ótimos resultados. Nossa parte, nós estamos fazendo para oferecer ao mercado um produto de qualidade e seguro. Mas há muito a melhorar, como por exemplo, mais assistência técnica e uma resposta mais rápida do mercado,” diz o agricultor morador da capela São Pedro, Linha Trajano.
Quem orientou as duas turmas em Antônio Prado, foi a engenheira agrônoma Andréia Visentin Carra. Segundo ela, o trabalho é intercalado com um encontro coletivo em sala de aula, onde é abordado determinado assunto e após este encontro, acontece uma visita na propriedade rural. “Nesta visita, junto com o produtor se analisa a propriedade abordando diversos assuntos voltados a segurança do consumidor, do produtor e do meio ambiente - tripé do PAS, e caso a propriedade não esteja dentro da conformidade, se cria um plano de ação com data para execução do item a ser melhorado, e quando executado, este item passa de NÃO CONFORME para CONFORME. Além disso, temos a classificação dos itens verificados como CRÍTICOS e NÃO CRÍTICOS. Os itens críticos tem que ser 100% executados e os nãos críticos tem que ser no mínimo 60% executados, desta forma conseguimos acompanhar matematicamente a evolução, além da melhoria física na propriedade”.
Produto de Qualidade mais remuneração
A Cooprado estipulou para a safra 2017/2018 algumas mudanças na remuneração pela uva. O produtor que entrega uva de qualidade será mais bem remunerado. Com isso, o objetivo é incentivar a busca pela qualificação do produtor e a produção de produtos de qualidade e seguros para o consumidor, além da valorização.
As exigências por qualidade e melhor produtividade é parte natural do crescimento desse setor. Com a Cooprado não é diferente. “Para colocar o produto no mercado não precisamos observar um conjunto de fatores como o preço, a entrega dos produtos e qualidade. Para o futuro, o objetivo é aumentar o número de produtores certificados, é produzir produtos diferenciados. A Cooprado e os produtores só têm a agradecer aos executores deste programa,” destaca o presidente da cooperativa Sadi Macagnan.
Entrega de Certificação PAS Uva para Processamento.
No mês de dezembro, 20 produtores locais receberam a certificação pelo desempenho obtido no curso PAS-Uva para processamento. A entrega ocorreu em Bento Gonsalves, após a realização de visita proporcionada pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Na oportunidade, os visitantes puderam conhecer o funcionamento da entidade e o mercado.
Durante o evento da entrega de certificação, a Engenheira Agrônoma Andréia Visentin Carra foi escolhida a melhor técnica e a turma pradense foi destaque com a melhor média obtida no programa. “Isso mostra que todos estão conscientes da importância da busca pelo conhecimento e de uma produção com qualidade e um produto confiável”, conclui Macagnan.
Visitas, diagnósticos, treinamentos e o monitoramento de desempenho fazem parte da implantação do PAS Uva para processamento. Confira as questões abordadas nas diferentes etapas do PAS Uva para Processamento:
BPA – Boas Práticas Agrícolas
Conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas para a produção, armazenamento e transporte de alimentos, orientadas a cuidar da saúde humana, proteger o meio ambiente e melhorar as condições dos trabalhadores e sua família.
O que é abordado
Localização e implantação do parreiral; • Manejo da água; • Uso e armazenamento de agroquímicos; • Segurança do trabalhador • Produção da uva; • Colheita; • Transporte.
BPE – Boas Práticas de Elaboração
Conjunto de princípios e regras para o correto manuseio de alimentos, que abrange desde as matérias-primas até o produto final, a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos.
O que é abordado
• Controle da contaminação pelo ambiente; • Controle da contaminação pelo colaborador; • Controle da contaminação por uso de produtos químicos; • Controle de pragas; • Água; • Limpeza e sanificação, • Instalações; • Controle da contaminação cruzada.
APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
Identificar, monitorar e controlar os perigos relacionados com a contaminação do vinho, suco ou espumante em diversas etapas do processo, sempre de forma preventiva identificando os pontos e etapas do processo nos quais os perigos de contaminação podem ser controlados.
O que é abordado
• Análise de Perigos; • Definição de Pontos Críticos de Controle (PCC); • Estabelecimento de limites críticos; • Monitoramento dos PCCs; • Definição de ações corretivas; • Verificação e estabelecimento de registros.