Cooprado alerta os produtores para um novo cenário para próxima safra da uva.
A alta quantidade de uva produzida na última safra, com baixo grau babo e coloração preocupou os dirigentes da Cooperativa Agroindustrial Pradense. Uva com baixo índice de cor está prejudicando a produção de vinhos e sucos com a qualidade exigida pelo mercado nacional, além da queda no consumo e os altos estoques. Devido a isso, na tarde de sexta-feira, dia 28 de julho, diretores e técnicos da Cooprado reuniram-se com os associados de produtores de uva no ACTG Cancela do Imigrante.
O presidente da instituição Sadi Macagnan abordou em sua explanação questões como produção e estoque de vinhos. Segundo os dados mostrados por ele, em 2017 a produção de uvas foi de 750 milhões de quilos. A partir deste dado estima-se que no começo do próximo ano 2018 haverá em estoque mais de 300 milhões. “Se compararmos os seis primeiros meses dos três últimos anos das nossas vendas tivemos uma queda significativa no consumo de vinho e suco. Índice que chega a 10%. Precisamos obter uma matéria prima de qualidade, com grau superior a 15 °”.
Para isso, o técnico Gustavo Andreeta aponta que é preciso que o produtor se atenha em seguir as orientações e produza volumes normais, compatíveis com a videira e com quantidade. Assim destacou que o prodeutor dever ter atenção no manejo da copa com distribuição de ramos; manter a produção mais próxima; realizar a poda verde e o desfolhe. Quanto aos tratamentos fitossanitários lembrou que estes devem ser mais de prevenção e não de curativos. “Nesta safra e nas demais que virão, passaremos a exigir mais a apresentação do caderno de campo. Mantenham este documento completo e sigam as nossas orientações”.
O Engenheiro Agrônomo Altemar Magnabosco, que atua em órgão fiscalizador da Secretaria Estadual da Agricultura e associado à Cooprado, solicitou aos produtores para que antes de realizar qualquer tratamento na videira verifique a previsão do tempo, façam a manutenção e regulagem do pulverizador. “Temos no mercado produtos que com grande volume de chuva devem ser reaplicados. Fiquem atentos”.
Outro ponto apresentado aos produtores foi à questão de venda dos produtos da vinícola Primo Fior. Osvaldo Conte, diretor executivo da Cooprado, destacou que os vinhos produzidos hoje não atingem as exigências do mercado. “Se a cooperativa não tiver o produto que o mercado quer, vamos ficar com ele em estoque, pois o custo de produção para quem compra se eleva e nós todos perdemos”.
Questionados sobre o pagamento da uva, o presidente informou que está sendo efetuado conforme a cooperativa recebe da venda dos produtos, pois neste plano safra o governo não liberou recursos com juros controlados para as cooperativas e outras indústria vinícolas e o juros de mercado elevam os custos, o que prejudica o resultado das empresas.